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Verões quentes trazem mais tubarões baleia aos Açores

Em 2008, o aparecimento de um grande número de tubarões baleia nos Açores foi o rastilho para que a indústria do mergulho aproveitasse a oportunidade. Desde então que estes plácidos gigantes dos mares têm aparecido em números bastante superiores aos anteriores, sobretudo em redor da ilha de Santa Maria, onde as águas são mais quentes.

Um estudo agora publicado por investigadores do IMAR/Universidade dos Açores na revista Plos One mostra o porquê destas flutuações anuais. Este trabalho utiliza 16 anos de observação da pesca artesanal de salto e vara ao atum na Região, recolhidos pelo programa POPA (http://www.horta.uac.pt/projectos/popa/), para demonstrar que a temperatura de superfície ajuda a explicar a ocorrência do tubarão baleia durante o verão ao largo das ilhas dos Açores.

Ou seja, para um pintado (o apropriado nome dado pelos pescadores açoreanos a este tubarão), quanto mais quente o verão a estas latitudes melhor. Uma vez chegados ao arquipélago, os tubarões preferem áreas com maior productividade e na proximidade dos  numerosos montes submarinos que caracterizam a região, muito provavelmente porque ali encontram mais alimento.

Estes resultados abrem uma janela sobre os possíveis efeitos das alterações climáticas nas migrações e distribuição dos grandes peixes pelágicos. Sob cenários de aquecimento dos oceanos, é muito provável que a ocorrência de tubarão baleia aumente considerávelmente, ou seja, que a importância da região dos Açores para a população do Atlântico norte cresça. O tubarão baleia é uma espécie considerada ameaçada pela IUCN, sobretudo devido ás capturas acidentais em pescarias industriais como o cerco de atum.

 Pode ver o artigo aqui:

http://www.plosone.org/article/info%3Adoi%2F10.1371%2Fjournal.pone.0102060

Fonte da notícia: www.intradop.info